É preciso falar sobre saúde mental e suicídio. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente, cerca de 800 mil pessoas no mundo tiram a própria vida, e um número ainda maior tenta o suicídio.
Somente no Brasil, estima-se que aconteçam 12 mil suicídios todos os anos -- tragédia que afeta famílias e comunidades, com efeitos duradouros sobre as pessoas que vivenciam o luto inesperado. Muitos casos podem ser motivados por depressão. "Dentro deste índice de mortes precoces, também estão muitos jovens. É preciso estar atento a sinais que possam indicar depressão, como tristeza sem motivo aparente, choro, irritabilidade, perda de prazer em atividades antes prazerosas e alterações no padrão de sono e da alimentação", explica Rogilson Teixeira, psiquiatra da Cia. da Consulta.
Pelo número de casos no País, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, criou, desde 2014, a campanha nacional Setembro Amarelo, que marca o mês da prevenção ao suicídio, ao adotar medidas que promovam o diálogo sobre o tema e, sobretudo, a identificação distúrbios psiquiátricos com indicação de tratamento.
Em ano de pandemia do novo coronavírus, especialistas já alertam sobre o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes. A saúde mental durante um momento como esse, que ainda exige distanciamento social, tende a ser ainda mais afetada por transtornos psiquiátricos, a exemplo de depressão, ansiedade, e sintomas de estresse agudo.
"Neste cenário de instabilidade, pacientes com sintomas leves de depressão ou ansiedade, podem ter mais dificuldade de adaptação a estas mudanças", complementa Rogilson.