O pai da cigana Hyara Flor, de 14 anos, Hiago Alves, questionou, por meio de rede social, o resultado do inquérito policial que apurou a morte acidental da adolescente. O fato aconteceu em Guaratinga, extremo sul do estado. O caso foi concluído e encaminhado para o Poder Judiciário na quinta-feira (10), mas o documento só foi divulgado nesta sexta-feira (11).
Nele, a investigação aponta que a garota foi morta por um tiro acidental, disparado pelo cunhado, uma criança de nove anos. Os dois estariam brincando de encenar um assalto com uma arma de fogo no momento do acidente. O disparo foi de uma distância entre 20 e 25 cm. Ou seja, de perto.
"Estou aqui indignado e revoltado, mas já esperava esse inquérito policial", afirmou em um vídeo publicado nesta sexta. Até então, o marido de Hyara, outro adolescente de 14 anos, era considerado o principal suspeito do crime.
O pai de Hyara acusou o delegado da cidade de ouvir "versões manipuladas". "Ele ouviu três pessoas manipuladas que tiveram tempo suficiente para manipular. Eles estavam soltos esse tempo todo, saíram correndo sem prestar socorro para a minha filha".
"Nós confiamos muito na juíza e no promotor de justiça, eles não vão aceitar esse inquérito policial. Acima do senhor delegado tem um Ministério Público e tem Deus", disse.
Tese
A investigação inicial apontava que o crime teria sido cometido por vingança após um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima. No entanto, de acordo com a polícia, a versão não se sustentou com provas. O adolescente tem entre 1,80m e 1,85m de altura, apesar de ter apenas 14 anos. Pela posição do tiro, foi descartado que ele fosse o autor do disparo.
Durante a investigação, o sogro de Hyara, Júnior Silva Alves, conhecido como "Amorim" pelos ciganos, afirmou que a adolescente havia sido morta de forma acidental.
“Ele não tem nada a ver com esse caso, não, gente. A perícia tem que mostrar a verdade para a Polícia Federal. O fato que aconteceu foi JD (iniciais do nome da criança), que é meu filho e cunhado de Hyara, brincando com a arma e teve um disparo acidental”, contou.
Câmera
Após o disparo, uma imagem de câmera de segurança mostra que a criança de nove anos foi para a rua com a mão na cabeça. Depois disso, as pessoas que estavam na rua entraram na casa.
"A criança saiu do imóvel e foi para rua. O momento pode ser visto nas câmeras de segurança, quando o menino sai com a mão na cabeça e gritava: 'me matem, eu matei a Hyara'. Aí as pessoas entraram correndo na casa", contou o coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior /Eunápolis, Paulo Henrique de Oliveira.
As investigações ainda apontaram que o marido de Hyara estava na casa dos pais, que fica ao lado do imóvel do casal, onde aconteceu o crime. As duas residências têm um acesso em comum pelo fundo.
Crimes
A sogra de Hyara Flor foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo, considerando que a pistola utilizada no crime pertencia a ela. Ela teria comprado a arma em Vitória da Conquista, após o filho adolescente ter sofrido tentativa de sequestro em Guaratinga. A Polícia Civil entendeu não existir necessidade de pedir a prisão cautelar dela.
O inquérito ainda indiciou um tio de Hyara For por disparo de arma de fogo. Os tiros teriam sido disparados contra a residência do casal de adolescentes, após a morte da jovem.
Sobre a suspeita de violência doméstica, o laudo da necropsia não indicou sinais de violência doméstica internos e externos.
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