Por: nossacara.com
20/06/2021 - 07:35:54

No dia 11 deste mês, a equipe do Nossacara.com percorreu uma parte do leito do rio Buranhém, visando mostrar, mais uma vez, o processo de degradação deste curso d’água, também conhecido com Rio do Peixe. O Buranhém fornece a água que abastece a cidade de Eunápolis.

Visitamos alguns locais já conhecidos, e onde já estivemos outras vezes, o que nos permite, assim, comparar a situação do curso d’água hoje, e nas vezes anteriores.

Os problemas constatados são os mesmos: assoreamento, diminuição do volume da água, e o desmatamento nas margens.

Um desses locais foi nas proximidades do córrego do Itu e do córrego da Platina – em frente à fazenda do já falecido Domingos Batista. Nesse local, há cerca de quatro décadas, uma balsa fazia a travessia de pessoas e cargas; cavalos atravessavam nadando; porém, hoje, é possível uma pessoa atravessar “com a água pelo meio da canela”, como se diz na linguagem popular. Como se pode ver nas fotos e no vídeo, animais atravessam o rio, nesse local, com a água encobrindo uma pequena parte das pernas dos animais.



Na ponte do ponto Bahia, pudemos constatar que o rio está completamente assoreado. Se vê, nas imagens, os bancos de areia e um filete de água, cada vez mais estreito e raso.

Nas corredeiras da fazenda de Nilza Colares e na descida da ladeira da Prainha, podemos fotografar e filmar o vale do rio, verdinho, porém, está praticamente seco, ainda mais assoreado. É possível constatar que desmataram todas as margens dos rios das nascentes e dos pequenos córregos.

Ainda na fazenda de Nilza Colares, local que tem frequência constante de ciclistas por fazer parte do Percurso da Cabra, a paisagem é ainda mais desoladora. Nesse local, onde as corredeiras, geralmente com muita água, permitem aos frequentadores posar para fotografias, o rio está também, praticamente seco.  Ainda pior do que em 2015 quando fizemos o segundo sobrevoo sobre o Rio Buranhém. Na época, fomos até Santo Antônio do Jacinto, já no território mineiro.



Queremos nesta matéria, chamar a atenção para a situação do nosso velho que bom Rio Buranhém, que ainda não se findou por causa do Parque Nacional do alto Cariri lá na Serra de Baratinho, no Parque Nacional do Alto Cariri, onde existem mais de 800 nascentes e entre 12 e 15 córregos e rios que deságuam todos no rio, e ainda mantém vivo o Buranhém.  

Além do desmatamento sem nenhuma preocupação com o meio ambiente, ainda tem a EMBASA, que há muitos anos se beneficia desse rio e nunca plantou uma muda sequer para ajudar na sua manutenção. Chegaram ao ponto de mudar as bombas de captação de água do local as margens da BR 101 porque, segundo eles, as bombas estavam captando 30% de areia e quebravam sempre. Além do mais, as autoridades, nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal nunca se preocuparam com o quase finado rio. E para completar é grande a quantidade de barragens para captação para irrigação.


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