Ao conquistar espaços e prêmios em feiras e mostras científicas, ou mesmo em olimpíadas do conhecimento, dentre outras atividades extracurriculares ao longo do ano letivo, os estudantes da rede estadual de ensino têm, cada vez mais, se destacado no cenário baiano, nacional e até internacional. Neste mês alusivo ao Dia do Estudante, celebrado no último 11 de agosto, é importante ressaltar alguns destes protagonistas. Kauã Peruna, de 13 anos, cursando o 8º ano no Colégio da Polícia Militar (CPM) de Ilhéus – Rômulo Galvão, por exemplo, foi aprovado em mais de oito programas internacionais, acumulando mais de R$ 25 mil em bolsas de estudos no exterior.
Além dessas aprovações, Kauã recebeu, recentemente, um prêmio da International Star Kids Awards o reconhecendo como uma das crianças mais talentosas do mundo na categoria “Educação” e selecionado para a semifinal da premiação “sócios-mirim” da Associação de Engenheiros do ITA, a AEITA. “Ser reconhecido entre as crianças mais talentosas do mundo pelo grandioso Star Kids Awards é uma honra imensurável e um sinal de que estou no caminho certo para alcançar meus objetivos. Estou muito feliz com esta conquista, que tem uma importância ímpar na minha jornada acadêmica e pessoal”, considera o aluno, que possui reconhecimento também do The National Astronomical Observatory of Japan (NAOJ) por ter classificado, este ano, mais de duas mil galáxias.
Os conceituados e competitivos summer programs (programa de verão), nos Estados Unidos e na Inglaterra, dos quais teve quase dez aprovações, têm uma importância na vida escolar de Kauã. Em um desses programas, em Boston (EUA), o estudante foi aceito para estudar pesquisas biomédica e cirúrgica, além de engenharia e tecnologia. “Eu me sinto extremamente orgulhoso e motivado a seguir em frente com ainda mais determinação e comprometimento. A premiação e as aprovações são um incentivo poderoso para continuar aprimorando e buscar novos desafios intelectuais”, diz em português afiado, destacando que seu plano futuro é estudar Neurociência, na University of Cambridge, na Inglarterra.
Os estudantes Isabel Oliveira, Maria Isabella Moura, Sarah Cruz, Adrielle Pietra Santana e Luan Santiago, do curso técnico em Análises Clínica, do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Sisal II, em Araci, também protagonizam na rede estadual. Por meio do projeto “Produção de luvas a partir do bioplástico produzido através do Sisal (Agave sisalana)”, sob a orientação da professora Pachiele Cabral, o quinteto recebeu o prêmio de Júri Popular na nona edição do Programa de Sustentabilidade e Tecnologia Solves For Tomorrow Brasil (Respostas para o amanhã), realizado em novembro passado, em São Paulo, pela empresa Samsung, com o objetivo de estimular alunos do Ensino Médio de escolas públicas a identificar problemas reais e desenvolver soluções baseadas em ciência e tecnologia. “Solve for tomorrow foi um dos momentos mais marcantes das nossas vidas e, com ele, percebemos o quanto a educação pode sim ir além dos muros escolares e demos muita visibilidade à nossa região e ao nosso colégio”, revela Isabel.
Com o mesmo projeto, a equipe fez sucesso, ainda, na 21ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). “Este evento também foi um dos momentos mais especiais em nossas vidas, porque tivemos contato direto com uma universidade. Recebemos três prêmios, entre os quais o 2º lugar na categoria de Engenharia da Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Graças à premiação, recebemos uma bolsa de iniciação científica pelo CNPq e adquirimos muito conhecimento em diversas áreas”, conta. Além disso, ficaram estimulados a continuar as pesquisas. Tanto que, agora, estão em andamento dois novos projetos: um com a utilização da mesma matéria-prima (sisal) para a criação de larvicida, inseticida e repelente e o outro é a criação de um biocombustível a partir do fruto tamarindo.
Ciência na Escola
Os projetos da rede estadual levados à FEBRACE foram desenvolvidos no âmbito do Programa Ciência na Escola, que é desenvolvido pela SEC para estimular a iniciação científica em sala de aula. A premiação da edição deste ano da feira, ocorrida em março deste ano, no Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (Inova USP), teve 225 projetos finalistas e contemplou outros estudantes da rede pública do Estado. Foram eles: Bruna Ferreira, Bruno Ferreira e Ana Cláudia Santos, do Colégio Estadual Norberto Fernandes, em Caculé, que com o projeto “Empoderamento feminino dos artesanatos feitos com a palha do licuri na comunidade quilombola Vargem do Sal” ganharam o Prêmio Museu Paulista de Inclusão Social. “Adquirimos conhecimentos e muita experiência. Com esta premiação, alcançamos o nosso objetivo de dar visibilidade e valorizar as mulheres quilombolas”, contou Bruna.
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