Final Libertadores 2024, Estádio Monumental de Nunez (Argentina), palco determinado pela CONMEBOL, eu fui testemunha ocular de um momento mágico, arrebatador.
Um enredo que supera qualquer película ou thriller de suspense, digno de Alfred Hitchcock, rei do "terror". 40 segundos de jogo, uma paralisia coletiva atinge a galera alvinegra da Estrela Solitária, uma parada cárdiorespiratória conjunta, que atingiu em cheio a torcida do Glorioso, se transformou num cemitério congelante. Olhares cruzados, contemplando o céu argentino, em que, ao mesmo tempo, buscava entendimento nas faces dos seus inúmeros torcedores presentes, em busca de uma prévia resposta para tal ato grotesco, na expulsão do seu jogador, em tão curto período de jornada, o cronometro mal tinha sido disparado, para contagem da peleja.
Um vírus não menos letal que a COVID19, que a recente pandemia trouxe ao mundo, parecia querer se instalar nos corações botafoguenses, selecionados para uma amostra de teste cardíaco. 2/3 do Estádio, numa proporção sem exageros, pois a massa "Botafogo" invadiu literalmente Buenos Aires.
Imperou a desconcentração, baixo estado anímico, baixa estima, falta de oxigênio no cérebro, até o minuto mágico "35" da primeira etapa, quando Luiz Henrique, conseguiu abrir a contagem e pôs o Botafogo em vantagem no placar. Muito em função da falta de apetite do Galo, que se sentiu inacreditavelmente inferiorizado, apesar de ter um jogador a mais.
Jogou de forma bucólica, sem nenhum pragmatismo, tocando bola lateralmente, às vezes, retornando até mesmo ao seu arqueiro. Do meio para frente, nada acontecia, erros de passes em série, lançamentos longos parando nos pés dos zagueiros botafoguenses, ora, saindo pela linha de fundo, com direito a tiro de meta.
Enfim, a arquibancada veio abaixo, ou acima, como queiram, festa, levantou poeira, foi um sacode de bate coração a 1000 por hora. Êxtase total. Logo em sequência, aos 44 minutos, um pênalti, a princípio não marcado pelo árbitro de campo, Facundo Tello, chamado pelo VAR, retrocedeu na sua marcação anterior. Alex Telles na batida, 2 x 0 no placar, ufa, que alívio. A arquibancada novamente veio abaixo ou acima. Parada para o descanso mental, intervalo. Vargas, de cabeça, com 1 minuto do segundo tempo, anotou de cabeça o gol do Galo. Tinha acabado de pisar o gramado, em substituição a Gustavo Scarpa, em troca do seu coach Milito.
Recaída, recidiva, batimentos cardíacos acelerados, um misto de tontura com baixa pressão, novo alerta de preocupação emocional. Mas, o pensamento continuava positivo, não poderia dar errado, não haveria essa possibilidade. Crer até o fim, esse era o mantra. o "EU ACREDITO" do Galo em 2013, agora tinha mudado de lado, era nosso.
E assim foi o encaminhamento, a procissão de fervor, pedidos, lágrimas, emoção a flor da pele, uma mina de bombas prestes a explodir, tensão em alta voltagem, temperatura máxima, haja adrenalina.
Num terceiro momento mágico, aos 51"42 faltando apenas 18 segundos para o cronometro zerar, Júnior Santos, que também tinha entrado no segundo tempo, fechou o caixão atleticano, ou melhor, deu números finais ao placar, estabelecendo a ordem ou desordem, não sei, estabelecendo um caos de alegria, felicidade, choro, definindo uma multiplicidade de sentimentos reais e abstratos, que povoavam o majestoso templo argentino, edificado na Avenida Del Libertador San Martín, que ficou marcado eternamente, como talvez, a mais emocionante história já vista até aqui, numa Final de Libertadores.
VIVA O BOTAFOGO!!!!!ENFIM, A GLÓRIA ETERNA DA LIBERTADORES. Sim, agora tem o respeito INTERNACIONAL. Próxima parada: Copa Intercontinental, Mundial 2025. Escrito por Thomaz Barra Neto - Bancário
Fonte: Thomaz Thomaz Barra Neto - Ex Bancário da Caixa Economica Federal
Foto : Thomaz Barra Neto