Por: Louti Bahia da @amoahistoriadesalvador
09/08/2021 - 19:32:19

Né querendo me gabar não, mas se a Bahia fosse um país ficava na frente de um bucado de gente. A Bahia deu o gás e fez o maior arerê no outro lado do planeta. Brocô. Foi boca de zero nove e deu o baculejo em três medalhas de ouro e uma de prata. Sem falar na medalha extra de Daniel Alves que a gente, de boa, vai liberar pros outros jogadores da seleção. É niuma. Só não quero tomar regulagem duzoto, nem de fulano, nem de sicrano.

E eu pensei que ia dormir cedo hoje. Comi essa pilha quando vi os atletas vazando de Tóquio. Mas que nada, tô aqui antenado, de butuca, na cocó, revendo tudo das competições pra fazer esse texto.

Mermão, pra resumir as Olimpíadas, só te digo uma coisa: não te digo nada! Se a Bahia fosse um país (né não, é?) a gente terminaria colado com Espanha, Suécia, Suíça, Dinamarca, Croácia, Bélgica e Eslovênia. A gente brocava metade das Zoropa: quem mandou buli com a gente? E na América Latina, a gente só perderia para o Brasil (tá valeno) mas ganharia de todos os outros, principalmente da Argentina. Poooorra!!! Ganhar da Argentina é massa, é barril dobrado, mesmo que seja assim, só de mentirinha. 

 

Fiquei acordado a pulso, esses dias todos de virote, porque eram 12 horas de relógio pra cada imagem chegar das Olimpíadas até aqui. Tinha que arroedar o mundo todo. Demorava mais que meu buzu! Tóquio é longe pá porra, viu? É mais longe que o Japão, né não? Por falar em Japão, eu tô apoquentado com uma coisa: ele me deve uma comédia. Ninguém me tira das ideia que o Japão, a China e os Estados Unidos, quando viram a Bahia toda assanhada pra cima das medalhas de ouro, encerraram correno as Olimpíadas. Tá rebocado. Tanto que a festa final foi feita nas coxas. Não aguentaram vara, pediram cacetinho: se tem mais uma semana de Olimpíadas, a Bahia não contava conversa e dava vencimento. 

 

Tô virado no estopô com essa crocodilagem, ela tá apertando minha mente, mas vamo nessa que eu fiz um resumo da Bahia em Tóquio. A gente botô pra lenhar.

 

Primeiro foi Ana Marcela que nadou, nadou e não morreu na praia. Foram 10 quilômetros nadando de braçada! Aooooonde! Apesar de eu ter nascido numa cidade que parece uma ilha, cercada de mar por todos os lados, nem me chame pra nadar isso tudo. Se pique. Quem vai é o coelho. Eu não dou nem uma paletada de 10 quilômetros. Mas Ana Marcela não cumeu reggae e ganhou a medalha de ouro. Parecia que a prova era daqui prali. Ela jogô na cara de quem diz que baiano é preguiçoso e amarrado de corda. Receeeeeeba.

 

Aí depois veio Isaquias. Esse teve que viajar dobrado: saiu de Ubaitaba, que é longe coma porra, e foi até Tóquio, mais longe ainda. Mas o bicho é agreste, tava virado no moi de cuentro e não ficou cansado. Eu tenho certeza que ele tem dois pulmões. Só pode ser. Mas também, pra ser justo, aquela prova de canoagem favorece qualquer baiano: tem que remar de joelho! Ganhar de baiano ajoelhado é ruim, vú? Aqui, a gente ajoelha dia sim, dia também: não tem lugar no mundo com mais igreja. Aí Isaquias lavou a jega e disse assim pro chinês: ajoelhou, tem que rezar. Fui! E partiu avionado.

 

Êta lasqueira. Já tinha esses dois ouros e veio o terceiro com música do Olodum e as porra. Foi porreta. Herbert Conceição picô-la-porra no boxel da Ucrânia. Mas tá lá ligado que ele deu um migué no cara, né? De hooooje que a nossa moeda já é o real, mas ele foi lá e meteu (lá ele) um cruzado. Aí, o boxel se perdeu nas contas, ficou todo se bulino e quando sentou no chão pra contar as nicas, já era. Hebert Conceição disse assim pra ele: Escreveu não leu, o pau comeu. Receba, seu arrombado. E o boxel que antes tava todo assanhado, querendo se amostrar, quando recebeu a galinha pulano, ficou ximbou e ficô injuriado. Tomou um se plante no tutano.  E digo mais: o murro pegô de raspão, vú? Se pega em cheio era traumatismo ucraniano. Misericórdia! Graças a Deus que não foi. Por isso que Herbert comemorou comaporra, ficou feliz comaporra e xingou páporra. Acho que ele pensou assim: aqui em Tóquio é niuma, ninguém vai entender baianês. Ai, largou o doce.

 

Pra fechar a conta, um rezistro: nossa boxel Bia ficou com a prata, mas é uma menina de ouro. Perdeu a final por pouco, na faixa etária de um round. Mas não levou chocolate e nem apanhou de Fanta. E vai ter troco. Dizem as más línguas que Bel Marques já ligou pra ela e fechou patrocínio: ela vai treinar nas cordas do bloco dele no carnaval e só vai sair no lixo. Aí, mô pai, com esse treinamento de fudê, ela vai chegar pocano em Paris. Vai virar um pedaço de cavalo. Disputar com ela lá vai ser o maior esparro. Não se abra não, vú?  Aliás, tá ligado que essa gíria genuinamente baiana veio justamente do boxe? É que o cara que trabalha dando testa ao boxel é o “sparring”. E trabalhar recebendo murro no miolo o dia todo, é ou não é o maior esparro?

 

A Bahia fez tanto sucesso que já tão quereno criar o Comitê Olímpico Baiano. Né pilha não, mainha. Oxe! E eu conto tudo mesmo que eu não sou baú: pegue a visão. Eu soube que até Messi já tá quereno vir morar na Bahia. Se não fechar com o PSG, ele vai dar o zig porque aqui é o canal pra ganhar medalha de ouro. Ele sabe que a Argentina é fulêra nas Olimpiadas. Pois venha, Messi. Chegue mais. Aqui, você vira baiano no mesmo dia. É rapidinho. A gente faz um bozó e tira sua urucubaca. 

 

Mas borimbora que chegô minha hora. Terminei inventando umas culhuda no final, mas é por uma boa causa. Tô feliz pra caralho com a Bahia em Tóquio. Tô feliz páporra com nossos atletas. E não venha pacá com seu bolodório, sua aula armengada de geografia, não. Colé de mermo? Se saia. Me solte. Me largue. Tá na cara que esse mapa-mundi é fulero. Baiano que é baiano já nasce sabendo que a Bahia é a Bahia. Que aqui, quem menos anda, voa. Então, na moral, véio: se plante, se oriente, que a Bahia é o meu pais. E cá te espero. 

 


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