Por: Correio da Bahia
23/09/2021 - 13:28:21

Certamente, você se lembra de alguma cantora que começou a soltar a voz numa igreja. Em barezinhos, também é muito comum. Na escola ou na faculdade, também vemos com alguma frequência. E num açougue, você conhece alguém que tenha revelado suas aptidões vocais? Pois saiba que a baiana Ruany Keveny, da cidade de Rio Real, uma das finalistas do The Voice Kids, começou assim, cantando entre cortes de picanha e maminha pendurados.

E agora ela se prepara para disputar com cinco concorrentes a final da competição neste domingo à tarde. A classificação veio depois de cantar Pesadão, sucesso de Iza. Integrante do Time Gaby, ela conquistou a cantora paraense - único jurado a virar a cadeira - nas Audições às Cegas, quando apresentou sua versão de Supera, de Marília Mendonça. Na semifinal, Ruany foi escolhida pelo público para avançar de fase.

Fã do sertanejo, Ruany diz por que escolheu aquele hit para dar início a sua participação no The Voice, no dia 4 de julho. "Escolhi essa música porque, além de ser muuuuito fã de Marilia Mendonça, Supera representa a força da mulher. E o sertanejo é o meu estilo, gosto muito. O que mais gosto em Marilia é a determinação, o amor, a paixão que ela tem ao transmitir energia através da música e isso é muito lindo de ver", diz a desenvolta adolescente baiana.

O interesse pelo sertanejo inspirou o apelido que ela usa para se referir aos seus seguidores nas redes sociais: botinhas, referente ao calçado característico desse gênero musical. E as botas eram parte de seu figurino desde as primeiras apresentações no açougue, ainda quando morava em São Paulo com a família, lembra Ruany: "Todos os domingos eu ia pro açougue, com a mesma roupa: uma calça de onça, uma blusa preta e a bota. Isso significa muito, afinal foi de quando eu comecei a cantar no açougue. E a bota para mim representa o sertanejo, que me representa".

O tal açougue que serviu como palco ficava em frente à casa dela. Aos cinco anos, a menina, muito curiosa ficava ouvindo o locutor falar dos preços e promoções das carnes. De vez em quando, ele se arvorava a cantar. E era aí que ela mais gostava: "Um dia de domingo, quando ele estava cantando, eu gostei que as pessoas ficavam olhando ele cantar e eu pedi para cantar. Dali em diante, todos os domingos eu ia cantar no açougue". O cachê era um bombom oferecido pelo próprio locutor. Quando muito, ganhava uma caixa cheia de chocolate. E às vezes, ele até dividia a diária com ela, que ficava com R$ 10.

O interesse pela música surgiu por causa do pai e do tio, que tinham uma banda, a Percussamba. "Eles ensaiavam numa casinha humilde, simples. Eles sempre estavam ensaiando por ali e eu sempre assisti aos ensaios e via como eles se esforçavam, como gostavam de fazer aquilo. Eu achava aquilo lindo!", lembra-se a finalista.

A experiência com Gaby tem sido um aprendizado muito importante para a candidata a campeã, que viu uma semelhança no jeito de cantar entre a sua pupila e a dupla baiana Simone e Simaria. "Tenho muito orgulho de fazer parte desse time com essa técnica maravilhosa porque eu venho aprendendo muito com Gaby. Ela é uma mulher forte, empoderada, determinada... e ela vem me ensinando muito".

A cantora paraense ensinou Ruany a sonhar: "Aprendi que a gente deve pisar no palco e brilhar. A gente não deve desistir de nossos sonhos, ela disse que eu represento a força da mulher e que eu represento o sertanejo", diz a adolescente baiana.

Aos 14 anos e ainda muito nova, será que Ruany estaria preparada para uma eventual derrota na competição? A concorrente diz que recebe um suporte psicológico da Globo, que disponibiliza profissionais para acompanhar os competidores. "As psicólogas estão sempre nos ajudando e, desde que entrei no programa, entrei sabendo que só um vence e que, se um for desclassificado, não devemos ficar tristes porque já somos vitoriosos só de chegar lá".

Ruany quer a Bahia grudada na TV neste domingo, para dar uma força a ela e mandar boas vibrações: "Quero agradecer a vocês que estão torcendo pra mim. Está no meu sangue representar bem a nossa Bahia. Gente, você nunca pode desistir de seus sonhos, porque ele pode ser realizado. Eu comecei num açougue e estou no The Voice, em rede nacional!", comemora.


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