Por: Por G1
09/08/2020 - 20:55:36

Por causa da pandemia, alguns fotógrafos baianos têm feito várias exposições virtuais na internet, para que a pessoas possam "viajar" pelos cenários e apreciar os detalhes, sem sair de casa.



Há mais de 10 anos, a fotógrafa Lucy Anunciação registra a rotina dos agricultores. Com a pandemia, Lucy e a irmã, a produtora cultural Bel Anunciação, estão na zona rural de Irará, a 130 km de Salvador, onde nasceram. No local, elas estão compartilhando, através das redes sociais, um pouco da rotina do campo.

"Fazendo plantação, colhendo frutas, legumes, abóboras. Uma coisa mais interessante, que foi uma terapia para mim, foi capinar o quintal, bem natural, esta coisa gostosa da natureza, direto com a natureza", contou Bel.

As irmãs chegaram a montar um estúdio no meio do sítio da família e a experiência deu vida a exposição virtual digital “quarentena”, que pode ser vista nas redes sociais da fotógrafa.

"Essa exposição, eu reúno fotos da comunidade do Candeal, fotos antigas, fotos do trabalhador rural e do cotidiano. Eu pude perceber o olhar de cada um, uma tristeza, sentimento de amor e fé", explicou Lucy.

Também através das redes sociais, Rui Rezende, especialista em fotografia de natureza, vem mostrando o que viu em várias partes do mundo. Durante a pandemia, ele decidiu mergulhar no acervo de mais de 30 anos de carreira para "compartilhar" as imagens de outra forma.

"Eu estou tendo agora a oportunidade de reorganizar tudo e disponibilizar estas imagens para que as pessoas possam ver, porque antes estas imagens ficavam dentro do computador. Eu sempre fiz muitas exposições de fotos presenciais. Agora, com estas postagens nas redes sociais, uma quantidade muito maior de pessoas pode ter acesso ao meu trabalho e de uma forma mais facilitada", disse o fotógrafo.

"Inclusive, eu estou tendo mais vendas de quadros neste momento de pandemia do que antes, porque simplesmente agora eu estou mostrando mais o meu trabalho para o público do mundo inteiro", completou.

Durante este tempo de pandemia, as fotografias e exposições virtuais também aproximam de manifestações culturais que, hoje, não se pode conferir de perto. Em agosto, mês em que se comemora o Dia Mundial da Fotografia, o gesto de ver uma imagem através da tela do computador ou do celular pode ganhar um sentido ainda mais especial.

Utilizar a fotografia para aproximar as pessoas de cenários distantes, também é a proposta das exposições virtuais do Museu do Sertão, mantido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O museu está fechado desde março, por causa da pandemia, mas o acervo pode ser conferido em quatro mostras ativas na página na internet.

As exposições retratam temas dos sertão e a singular cultura nordestina de diferentes formas.T em desde o cordel musicado de João Crispim Ramos, usado para contar a história do próprio museu e do sertão. Até registros do dia dos romeiros, que todos as anos atrai milhares de pessoas, em homenagem a Santo Antônio dos Capuchinhos, no sertão da Bahia.



"Há 42 anos, o Museu Casa do Sertão tem atuado para valorizar aspectos da vida do sertanejo, neste cenário de distanciamento social, novas formas de atuação tem sido exigidos de nossa equipe para interagir com nosso público, assim convidados a todos a conhecer e prestigiar as diferentes exposições virtuais voltadas a relacionar objetos e memórias com aspectos da literatura do cordel, aspectos históricos do acervo, lúdicos e religiosos", comentou Cristiano Cardoso, diretor do museu.


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